José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e um dos líderes do partido do Governo, inelegível até 2014 por corrupção no escândalo do mensalão, fez em seu blog declarações lamentáveis confrontando os evangélicospor se oporem ao “kit gay” nas escolas e à legalização do aborto.
Leia abaixo as declarações, publicadas na última quinta-feira (1º de março) no blog ‘Zé Dirceu’ com o título “O desserviço que o preconceito impõe à democracia”:
“Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país e patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e da homossexualidade. Esses grupos buscam impor ao Estado brasileiro uma visão preconceituosa e repressiva. Os que dão guarida a esse comportamento violento que introduz em nossa sociedade o ovo da serpente do preconceito e do racismo prestam um desserviço à democracia e à convivência social.”
Líder da Frente Parlamentar Evangélica se pronuncia
O deputado federal João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica, comentou, em entrevista exclusiva ao CPADNews, as sérias acusações de José Dirceu. Leia na íntegra:
Líder da Frente Parlamentar Evangélica se pronuncia
O deputado federal João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica, comentou, em entrevista exclusiva ao CPADNews, as sérias acusações de José Dirceu. Leia na íntegra:
“Nós, evangélicos, valorizamos a democracia porque ela garante a livre manifestação de expressão, garante a opinião das pessoas. Não abrimos mão desse direito e respeitamos quem o exerce. Porém, responder a alguém cuja moral foi manchada por ser o líder da maior quadrilha da república brasileira, o mensalão, nem se faria necessário. Mesmo assim, não abrimos mão do debate. Quando nos posicionamos contra o ‘kit gay’ e contra o aborto, não se trata de sermos preconceituosos, mas, sim, de defendermos e zelarmos pelos nossos conceitos bem formados em favor da sociedade”.
“Ao dizer que nós, evangélicos, procuramos ‘impor ao Estado brasileiro uma visão preconceituosa e repressiva’, ou ele não sabe o que diz ou quer fugir do debate. Essa é uma forma de tentar antes nos desqualificar, colocando sobre nós uma imagem que não temos, para então prevalecer a sua idéia. Se existe uma coisa que sabemos fazer é exercer a dialética, é estabelecer o contraditório, é enfrentar a crítica, mas fazemos isso tudo a partir do argumento – o que, pelo que vejo no Jose Dirceu ele não tem capacidade. Chamar os evangélicos de chantagiosos que exercem violência é uma impropriedade sem tamanho”.
“Evidentemente que, como ele é um dos formadores do pensamento do PT, isso nos preocupa muito, porque se ele falasse por si só, em se tratando de um homem que perdeu o mandato por corrupção, que é processado por ser chefe de uma organização criminosa que praticava a maior corrupção do Brasil, chamada mensalão, ele não mereceria nenhuma credibilidade. Mas como ele é um dos formadores do pensamento do PT no Brasil, acho que nós evangélicos precisamos parar e refletir no que ele está dizendo. Precisamos refletir no que o PT pensa e propõe para o nosso país”.
Preconceito
O líder da Frente Parlamentar Evangélica continua: “Penso que José Dirceu, propositalmente, procura desvirtuar o sentido de determinadas palavras. Exatamente por querer nos desqualificar. Porque nós, evangélicos, não temos ‘preconceito’. Um dos fundamentos do cristianismo é justamente a igualdade, a não-discriminação. Essa é a nossa formação, a formação do nosso caráter. Agora, nós temos conceitos, nós temos opinião, concepções, compreensões como a de valorização da vida, o que nos faz lutar contra o aborto, por exemplo. Portanto, nós temos o direito, que está assegurado pela Constituição brasileira, de nos expressar”.
Preconceito
O líder da Frente Parlamentar Evangélica continua: “Penso que José Dirceu, propositalmente, procura desvirtuar o sentido de determinadas palavras. Exatamente por querer nos desqualificar. Porque nós, evangélicos, não temos ‘preconceito’. Um dos fundamentos do cristianismo é justamente a igualdade, a não-discriminação. Essa é a nossa formação, a formação do nosso caráter. Agora, nós temos conceitos, nós temos opinião, concepções, compreensões como a de valorização da vida, o que nos faz lutar contra o aborto, por exemplo. Portanto, nós temos o direito, que está assegurado pela Constituição brasileira, de nos expressar”.
“A abordagem de Zé Dirceu, quando nos classifica como preconceituosos, é de má fé e distorcida. Exatamente para tentar desqualificar o segmento evangélico como se nós fôssemos pessoas menos preparadas, com menos escolaridade, que têm menos percepção da sociedade e da realidade social. Coisa que não é verdade, muito pelo contrário. Esse cidadão é que tem um profundo preconceito para com um dos segmentos mais organizados da sociedade brasileira e dos mais conscientes do seu papel. Nós, evangélicos, sabemos o quanto podemos contribuir para o Brasil, para a sociedade, e estamos fazendo isso ao longo da nossa história, sem nenhum custo para o governo – coisa que José Dirceu não fez. Ao contrário, liderou uma organização criminosa para desviar dinheiro público. Esse desvio de dinheiro público implica no que estamos vendo aí: falta de dinheiro para a saúde, falta de dinheiro para a educação, falta de dinheiro para as nossas estradas. Tem mulheres morrendo com câncer por falta de uma mamografia a tempo, tudo resultado da corrupção. Não é que o Brasil não tenha dinheiro. Tem. Mas gente como o Zé Dirceu desvia esse dinheiro, e aí vivemos essa realidade que conhecemos. O povo evangélico faz o contrário, nós fazemos um bem tremendo para a sociedade brasileira, na política, na área social, na área de cultura, na área de educação, sem sequer usar o dinheiro público para isso. Essa é a grande diferença do povo que o José Dirceu chama de preconceituoso. Isso é lamentável”.
Sobre José Dirceu
Em janeiro de 2003, José Dirceu assumiu a cadeira de deputado federal, mas logo se licenciou para assumir a função de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, permanecendo no cargo até junho de 2005, quando retornou à Câmara dos Deputados. Seu mandato foi cassado em dezembro do mesmo ano e teve a inelegibilidade decretada por oito anos.
Redação CPADNews
Redação CPADNews
Via Jornal da missão
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