Política não é pecado!
“Por
falta de direção cai um povo; onde há muitos conselheiros, ali haverá salvação.”
Provérbios 11:14
Provérbios 11:14
Se
fossemos dividir os pastores e lideres evangélicos do Brasil por suas atitudes
em relação à política, poderíamos classifica-los em três grandes grupos.
Uma
parte, a menor, aliás, a dos que tem conscientização realista e disposição para
apoiar candidaturas evangélicas, não será aqui analisada.
O
maior contingente, porem, é formado por pessoas simples, sem boa formação teológica
e cultural, cujo comportamento é de indiferença e até de combate a qualquer
tomada de posição política por parte dos evangélicos. São os que ingenuamente,
afirmam que “política é pecado”, “é coisa do diabo”, e o crente que se
candidata a postos eletivos ou participa de atividades partidárias esta a um
passo do desvio da fé e não esta agradando a Deus.
É
até compreensível que em décadas passadas alguns missionários, de boa fé,
tenham usado essa argumentação ou defendido ideias parecidas para evitar
problemas com a estrutura coronelista da política interiorana, tradicionalmente
aliada o clero católico-romano.
Estrangeiros
e além do mais, evangélicos, eles não podiam demonstrar preferências políticas nem
apoiar candidatos abertamente, pois iniciativas dessa ordem poderiam aumentar a
incidência de perseguições e injustiças já cometidas contra os crentes em todos
os estados da federação.
Todavia,
insistir nessa tese nos dias atuais é fazer a vontade do maligno, que não deseja
ver a influencia benéfica de grande numero de políticos crentes alterando, como
sal, a atuação do pecado nas nossas cúpulas dirigentes.
Deus
permitiu o progresso evidente do evangelismo nacional e como força
preponderante no conjunto da sociedade, é preciso começar a ser “sal da terra”
e não somente “luz do mundo”.
Muitos
pastores e lideres confundem Política com P maiúsculo com politiquice,
politicalha. Política, numa definição simples e sem rebuscamentos científicos é
a “Arte de governar os Estados – as relações entre a política, a moral e a
religião” (Grande Enciclopédia Delta Larousse, pag. 5431).
Ao
estabelecer um pacto com Abraão, Jeová adotou uma atitude política. Ao fornecer
a Moisés os fundamentos da constituição de Israel (Os dez mandamentos), Jeová
estava adotando uma posição política. Ele mesmo, o próprio Deus, estabeleceu
claramente os requisitos para que Israel escolhesse seus governantes (Deuteronômio
17:14-20). Isto nada mais é do que política, queiram ou não os fanáticos ou os ingênuos.
A
maioria dos livros do Velho Testamento, não apenas os chamados históricos, mas
também o Pentateuco, os livros proféticos e ate os poéticos, são um repositório
formidável da historia política do povo de Israel.
O
que foram José do Egito, Moises, Josué, Calebe, Gideão, Samuel, Débora, Ester, Davi,
Salomão, Josias, Neemias, Esdras, Mardoqueu, Isaias, Daniel, Sidraque, Misaque,
Abednego e tantos outros, senão políticos usados por Deus para dirigir ou
orientar o seu povo, na condição de juízes, reis, profetas, ministros?
A
diferença é que eles foram usados por Deus!
E
Deus não é o mesmo? Assim como ele usou Jose do Egito na função de vice-rei de
uma nação estranha para matar a fome do mundo então conhecido e preservar o
povo de Israel, ele pode usar um senador, um deputado federal, um governador, vereador,
um prefeito crente, fiel à Ele e à Sua Palavra para realizar tarefas
importantes...
Assim
como Deus usou José de Arimatéia, com sua imunidade e seu prestigio de membro
do Sinédrio (semelhante a um senador na nossa Republica), para providenciar o
sepultamento de Jesus e fazer cumprir a profecia de Isaias, ele pode usar um
servo Seu para providencias que interessem ao seu reino.
Agora,
para um político evangélico ser usado por Deus é necessário primeiro que os
crentes votem nele. Ninguém pode ser usado no Senado da Republica se não for senador;
ninguém pode ser usado numa prefeitura se não for eleito prefeito; ninguém pode
ser usado numa câmara de vereadores se não for eleito vereador.
Cumpre-nos,
portanto, fazer a nossa parte: VOTAR NOS IRMÃOS. O nosso Deus, com sua sabedoria
e seu poder fará o restante. Isto é, dará inteligência, firmeza espiritual,
capacidade para discernir as armadilhas e bom senso para aproveitar as
oportunidades, a todos quantos, eleitos como servos, continuem Lhe servindo sem
vaidade, acomodação espiritual ou comprometimento com o erro.
Quanto
ao argumento usado por muitos pastores e crentes de que não votam nos irmãos
que são candidatos, para que eles não se desviem da fé, isto é pueril,
inconsistente e ridículo.
Quem
se desvia por causa de um mandato eleitoral, se desviará por qualquer outro
motivo.
Cada
um olhe em seu redor e veja as centenas e os milhares de pessoas que passaram
pelos bancos das igrejas, foram membros, presbíteros, diáconos, pastores e
abandonaram uma vida cristã normal. Eram políticos? Claro que não.
O
que provoca o desvio é a falta de vigilância, de oração, de estudo da Bíblia Sagrada,
e isto ocorre com qualquer um, seja qual for a sua profissão, seja qual for a
sua atividade.
Esse
argumento, aparentemente piedoso e pleno de amor, é uma demonstração de falta
de amor cristão e de bom senso e se transforma, na pratica, numa poderosa arma satânica
para evitar que, no nosso país, um grande percentual de evangélicos, fiéis ao
Senhor, sejam usados por Deus em postos de relevo.
Esta
na hora, pois, de agirmos solidariamente, com amor verdadeiro e eficaz, não deixando
que os irmãos na fé sejam derrotados. Esta na hora de eleger os filhos da Luz
para espanar as trevas da corrupção, da idolatria, da feitiçaria, da estagnação
econômica, do obscurantismo, implantados por homens que não temem a Deus nos palácios
e nas casas legislativas.
Se
queremos que Deus abençoe o nosso país, se queremos que o Brasil seja uma nação
dinâmica, progressista, menos injusta, votemos em candidatos evangélicos de bom
testemunho cristão, preparados e vocacionados para a vida publica. Façamos a nossa
parte e o Senhor nosso Deus fará o que Lhe compete.
Fonte:
irmão vota em irmão – Josué Sylvestre – Ed. Pergaminho,Brasilia - 1986.
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